quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Série Sintomas: Escotoma e Hemianopsia



Escotoma e Hemianopsia


Depois um tempo estou de volta com mais um post sobre os sintomas de Neve Visual, hoje vou falar sobre os Escotoma e a Hemianopsia.  Mas, antes de me aprofundar na pauta, queria dizer que este é o penúltimo artigo da série sobre os sintomas visuais antes de entrar na série dos sintomas não visuais. O último tema tratarei sobre as ondas que alguns de nós enxergamos, porem o levantamento de pautas é baseado naturalmente em queixas do pessoal na internet, e, eu gostaria de saber se algum leitor tem algum fenômeno visual relacionado à Neve Visual que eu não levantei aqui e queira dar uma sugestão. Fiquem à vontade, estou ansiosa pela recomendação de vocês.

Escotoma

Vou iniciar tratando sobre o Escotoma, sinceramente eu nunca tive este sintoma, mas chamou minha atenção quando vi várias pessoas nos grupos do Facebook relatando que observam manchas escuras de diversos tamanhos e formas em parte se seu campo visual. Procurei me aprofundar ainda mais e descobri que é um sintoma relativamente comum entre os portadores da neve visual.

Antes de mais nada, todas as pessoas possuem escotoma, ou seja, um “ponto cego” no olho, mas a maioria das pessoas não percebem, pois, a mancha geralmente fica numa região sem células fotorreceptoras, ou com percepção mínima ou reduzida.

Por outro lado, o escotoma pode ser considerado uma patologia quando passa afetar a retina, principalmente na mácula, ou alterações que podem atingir desde o nervo óptico até o córtex visual. Desta forma, este sintoma pode atingir qualquer parte do campo visual, possuir vária formas e tamanho, inclusive pode ampliar o ponto cego que possuímos naturalmente. Uma curiosidade é que a enxaqueca ocular pode ser considerada também um escotoma cintilante.

O tratamento para este sintoma vai depender dos resultados dos exames clínicos do paciente, que consistem em testes de avaliação do campo visual, que através do relato do paciente dando pistas da localização, tamanho e formato do escotoma. Pode ser identificado também de exames complementares como tomografia, radiografia ou angiografia caso a origem não se encontre na retina.



Hemianopsia

A hemianopsia caracteriza-se pela perda ou diminuição da visão, em uma das metades do campo visual de um ou ambos os olhos. Podendo afetar a visão temporal, para o exterior, ou a visão nasal, ou seja, para o interior.

Geralmente este sintoma é originado por lesões no nervo óptico causado por traumatismo craniano, anomalias na circulação sanguínea, sendo a recuperação rápida caso identificada ou tratada com urgência.

Honestamente, todos os dos relatos em portadores de neve visual com este sintoma vem do exterior, e ainda assim estes relatos são raros, comparados aos outros sintomas já descritos aqui. Mas não me surpreenderia se em algum momento receber um relato, já que nós portadores de Neve Visual observamos reações muito variadas de uma pessoa para outra.

Lembrando a vocês que podem ficar sempre à vontade para enviar mensagens independentemente de onde vierem, farei o possível para responder e se estiver dentro das minhas possibilidades, sanar as dúvidas de todos.

Por: Grazie Souza



domingo, 18 de junho de 2017

Série Sintomas: Enxaqueca Ocular



Enxaqueca Ocular


Pessoal, finalmente vou falar da tão famosa enxaqueca ocular ou enxaqueca oftálmica, que é extremamente comum em portadores de neve visual.

A enxaqueca oftálmica tem origem neurológica que diferentemente da enxaqueca tradicional, causa distúrbios visuais e pode ou não, vir acompanhada de dor de cabeça, que por sua vez pode aparecer de forma latejante, com pressão ou com diferentes intensidades.

Vídeo simulando a enxaqueca ocular

Vocês podem identificar este sintoma pela percepção de luzes em ziguezague, pequenos flashes, linhas ou pontos coloridos e cintilantes, começa com um ponto cego que vai se expandindo para o centro da visão, o que faz com que se perca parte do campo visual. Quando se trata de manifestações indolores, não causa danos graves ou permanentes ao olho ou ao cérebro, portanto, dispensa tratamento. Com duração variável em 30 minutos a uma hora, depois que desaparecem, não apresentam qualquer sequela ou efeitos colaterais.

O que se sabe até agora é que a enxaqueca oftalmológica é causada por anormalidades no fluxo sanguíneo, com contrações repentinas dos vasos sanguíneos, fazendo com que a irrigação de sangue para os olhos diminua. O que faz com que o se crie as distorções oculares. Vale notar que estas alterações nas vasoconstrições também causam dor de cabeça e enxaqueca, por isso em muitos casos começamos a notar a enxaqueca ocular e posteriormente as dores de cabeça.



Este sintoma também é comum em pessoas que não possuem a síndrome da neve visual, aparece mais em mulheres, pessoas com histórico familiar de enxaqueca, depressão, epilepsia, lúpus e anemia falciforme. E os gatilhos incluem o estresse, consumo de cafeína ou álcool em excesso, chocolate ou alimentos com glutamato monossódico e privação de sono.

Como a enxaqueca oftálmica desaparece naturalmente, apenas com o aparecimento de cefaleia ou enxaqueca o uso de analgésicos é recomendado. Caso não apresente dor, o melhor a se fazer é se tranquilizar, e esperar os efeitos visuais passarem. Note que se perceber uma incidência maior da enxaqueca oftálmica acompanhada de dor de cabeça, é necessário a consulta com um especialista médico.

Minha experiencia com a enxaqueca oftálmica é bem traumatizante, tenho sérios problemas com a qualidade de sono desde criança, quando tenho a enxaqueca oftálmica, seguida da enxaqueca eu não consigo dormir de cara e como vocês sabem a enxaqueca causa fotofobia, sou obrigada a fechar os olhos e estranhamente os desenhos da enxaqueca oftálmica começam a fazer um efeito de ondas e depois formam desenhos tipo mandala que se movimentam de maneira circular. Muitas vezes me belisco para ver se estou acordada mesmo ou é algum tipo de alucinação causada pela enxaqueca.

Muitas vezes cheguei a pensar que as explosões de brilho que vejo raramente é alguma espécie de enxaqueca oftálmica, mas a maneira que os dois sintomas se manifestam são completamente diferentes, geralmente quando tenho a enxaqueca ocular, começa com a formação das linhas em ziguezague e a borrar o campo de visão e logo em seguida as dores de cabeça, enquanto as explosões de brilho compõem uma ou mais manchas brancas na visão e sem dor. Mas acredito que esta é uma discussão que vai longe, infelizmente médicos não enxergam como eu, então creio que levarei alguns anos para ter esta resposta, se estou lidando com mesmo sintoma ou não, vai ficar aqui como a grande questão.

Por: Grazie Souza




quarta-feira, 3 de maio de 2017

Série Sintomas: Visão embaçada e dificuldade de foco

Visão embaçada e dificuldade de foco




Há alguns meses atrás depois de analisar a pauta decidi tirar este tema, dado que notei a ausência de alguma relação com a Neve Visual, acho um assunto nebuloso e minha interpretação que não é de especialista, pode causar uma certa revolta entre os especialistas do assunto. Mas, tenho que lembrar que as pessoas são curiosas e a própria síndrome da neve visual é um enigma, portanto devo sanar também esta dúvida dos leitores do blog.

Portanto, se você tem neve visual, e percebeu que também tem a visão embaçada ou dificuldade de foco, considere urgentemente procurar um oftalmologista. Por que eu digo isso? A resposta é simples, não é porque você tem neve visual que isso te impede de ter problemas na visão e precise usar óculos. Lembrando que a síndrome é fundamentalmente de causa neurológica e visão embaçada ou desfocada geralmente são problemas oftalmológicos e é possível detectar através de exames voltados a este fim.

Muitos portadores desta condição relatam problemas de vista embaçada e realmente há esta dúvida de onde está o problema. Perfeitamente compreensível se tratando de NV, que tem dezenas sintomas relacionados, achar que o médico errou no diagnóstico é plausível, mas vale lembrar que se este médico chegou a esta conclusão certamente ele tem uma base para deduzir isso.


Em vista disso, meus caros portadores de síndrome da neve visual, se você foi diagnosticado com algum problema oftalmológico, provavelmente você o tem sim, e por mais que você deteste sofrer com a Neve Visual, esta condição não é a causa de todos os males de sua vida.

A minha dica principal é tirar a limpo todas as possíveis causas do que possa te causar esta visão desfocada ou embaçada. Em muitos momentos eu mesma cheguei a considerar que tinha este sintoma devido a NV, justamente porque nunca tive nenhum problema oftalmológico, então comecei a descartar as possibilidades. Geralmente eu sentia a perda do foco pela manhã, logo que eu acordava e a frequência estava aumentando, até que um dia, numa consulta, minha médica me perguntou se o remédio que eu estava tomando para depressão não dava nenhum efeito colateral como a visão embaçada e percebi aí que a causava deste problema era o remédio. Logo após a troca da medicação, nunca mais enfrentei este tipo de situação.

No entanto, se você descartou todas as possibilidades, tentou de tudo e concluiu que seu sintoma tem relação com a síndrome, minha dica é: observe-se. Em quais ocasiões ou situações você percebe que a visão ficou desfocada ou embaçada? Depois de quanto tempo o sintoma desapareceu? Qual foi sua estratégia para continuar a exercer suas tarefas cotidianas? Piora com o tempo? Precisou de alguma medicação como colírios para suportar o sintoma?

A Neve Visual tem uma relação muito ampla com o estado emocional dos portadores e a maioria de nós experimenta piora em momentos de stress e ansiedade, por isso requer uma observação do nosso interior, do ambiente e do momento. Ocorre num momento que implodimos e precisamos olhar para dentro de nós, na verdade quase que nos obriga a nos afastar um pouco daquela realidade estressante e procurar um lugar para respirar e melhorar. Toma tempo e é preciso ter uma boa dose de paciência, mas se quisermos uma vida normal precisamos encontrar nosso equilíbrio.



A título de curiosidade, segue uma lista de possíveis causas da visão turva:

Miopia;

Hipermetropia;

Astigmatismo;

Presbiopia;

Catarata;

Glaucoma;

Retinopatia Diabética;

Abrasões ou úlceras de córnea;

Ceratocone;

Degeneração macular relacionada a idade;

Neurite óptica;

AVC;

Tumor Cerebral;

Etc.



Para finalizar, vou ressaltar apenas mais um ponto de interesse, visão embaçada ou desfocada é diferente da perda de contraste, na primeira você tem uma perda considerável na qualidade de visão e precisa se esforçar para enxergar, quanto na perda de contraste você mantem a qualidade de visão, mas os pontinhos dão impressão que você está com uma camada esbranquiçada, mas enxerga os detalhes sem precisar forçar a vista.



Por Grazie Souza

terça-feira, 2 de maio de 2017

Quando apertar o botão “DESISTIR”


Quando apertar o botão “DESISTIR”



Antes de mais nada gostaria de informar que esta postagem não tem nenhuma relação com os sintomas da Neve Visual. Hoje decidi escrever para desabafar e reclamar da vida. Sim isso mesmo, depois de quase dois meses ausente e sem novas publicações, resolvi fazer algo totalmente egoísta e colocar para fora meus sentimentos. Então, não se obrigue a ler esta postagem.

Muitos portadores de Neve Visual têm depressão e pânico, então devem me entender que quando a angustia e o medo dominam nossos pensamentos e controlam nossos sentimentos é “soda”!  E, não diferente de qualquer um que sofra disso, eu passei a incluir nas minhas opções o botão “DESISTIR”, que vira e mexe eu quero apertar.  Me controlar para não desistir de tudo, considero um ato de coragem. E cada dia que percebo que tomei coragem, é um dia que acordo mais forte.

A minha doença não foi causada pela NV e muito menos por causas particulares, há alguns anos minha depressão foi causada por pessoas e essas pessoas causaram isso por achar que tinham o poder de destruir outras pessoas, uma vez que não foi apenas eu que cai neste precipício, então não é fruto da minha imaginação.

Quando eu era criança, minha mãe me alertava muito sobre a minha ingenuidade, e tomar cuidado para perceber que existem pessoas ruins, para ser sincera eu nunca acreditei neste mundo polarizado entre pessoas boas e ruins e que temos que nos concentrar em termos boa índole, bom caráter, bom “tudo”, vejo as pessoas como eu me vejo, humanos, com defeitos e qualidades. É difícil dizer que as pessoas que fizeram isso são ruins, eu as vejo mais como pessoas deslumbradas com o poder e era possível ver o prazer em subjugar outros indivíduos que julgavam inferiores. É um desvio de caráter certamente, mas não me cabe julgar e condenar, são apenas pessoas que não tiveram a sorte de terem a visão de vida e experiencias que eu tive. Aceitar as diferenças é aprender o significado do perdão.


Eu queria ter aquela cartilha da vida, com notas no rodapé para me lembrar que tudo isso é bobagem, que eu não tinha nada que desenvolver depressão e que as pessoas que fizeram ter esta doença não tinham este poder. Olha, eu queria de verdade que fosse fácil assim. Levar a porrada e sair sorrindo e desprezando meu tormento. Sofri um trauma e meus pensamentos se encarregaram de remoer e relembrar cada momento como numa tortura. Perdi o controle sobre meus pensamentos, superar isso é uma batalha a cada segundo e se tornou uma missão de vida, literalmente.

Foi difícil viver os últimos meses, para vocês terem ideia,  quase perdi a casa em que moro, vivendo do básico, meu esposo teve me vigiar 24h por eu ser um perigo para mim mesma e estamos desempregados e para piorar, tenho que desconsiderar cada oportunidade que me aparece porque estou impedida de voltar ao mercado formal, mesmo sem procurar emprego. Sim eu tenho um bom currículo, eu me matei de estudar e lutei a minha vida inteira. Por questões legais, não tenho como resolver minha situação de maneira simples

Não quero e não mereço a pena de ninguém, peço que não sintam dó, na realidade, não espero nada. Acho que deixei claro que só quero reclamar da vida, não me martirizar, mas fazer alguém aí do outro lado perceber que todos temos problemas, porém temos a solução.

No mês de março, comecei a escrever um post sobre visão de túnel e novamente meus pensamentos me impediram, fiquei paralisada num ponto que eu não consegui desenvolver o artigo e aquele sentimento de impotência me fez querer um respiro, e aquele respiro virou um tempo e aquele tempo tornou-se dois meses. Naquele momento eu me dei conta o quanto aquelas pessoas me afetaram.

Mas, mundo dá voltas e no meu caso em particular foi um spin fenomenal, a minha situação não se resolveu e creio que vai demorar mais um pouquinho até concluir, contudo, a vida não é só dor e com esta reviravolta veio um alívio que não sei como descrever.

Vou voltar a escrever no blog pois sei que posso ajudar as pessoas apesar das minhas limitações e quanto aos meus problemas particulares tenho noção do tamanho deles e decidi que vou correr atrás de soluções porque definitivamente apertei o botão “VIVER”. 



Por Grazie Souza

quinta-feira, 9 de março de 2017

Série Sintomas: Visão de Túnel ou Focada

Visão em Túnel ou Focada





Pesquisando sobre a Visão de Túnel, me deparei com uma situação peculiar, digitei em inglês Tunnel-Vision e vi uma lista enorme de opções para ver um clipe do Justin Timberlake com uma música chamada Tunnel Vision. Particularmente, não sou fã deste gênero musical, mas a minha curiosidade falou mais alto e comecei a assistir o vídeo. Apesar de não gostar nada da música (para quem ficou curioso clique aqui para ver), consegui tirar algo útil dela. A letra da música consegue descrever de forma simples a sensação de quem experimenta este sintoma, que é como se o indivíduo enxergasse através da lente de uma máquina fotográfica e só consegue enxergar um ponto muito específico e perde-se a visão periférica.

Este sintoma pode ser reflexo de outras doenças de causas tanto visuais quanto neurológicas, e nesta lista engloba derrames intraoculares, descolamento de retina, glaucoma, lesões cerebrais causadas por contusões, dano neurológico ou cerebral, é relatado também por pessoas que utilizam drogas alucinógenas, pessoas com crises de pânico, adrenalina intensa e hipóxia hipóxica causada pelo excesso de altitude.

Não é incomum os pacientes de Neve Visual apresentarem este sintoma, mas nota-se que é preciso descartar todas as possibilidades acima para conseguirmos qualificar como um sintoma próprio da Neve Visual. Devemos atentar que este é um sintoma bem sério e que se não tratado corretamente pode trazer consequências irreversíveis. 

Os tratamentos para este sintoma variam desde o uso de colírios (pacientes com glaucoma) ou óculos com sistema de prisma que permitem que o paciente amplie o campo de visão e inclui também terapias de adequação e mobilidade caso a perda da visão periférica seja muito grande e permanente.  

Depois que leio e pesquiso sobre as pautas, é comum eu identificar os sintomas que tenho, porém hoje foi uma dessas raras vezes que posso afirmar que não tenho este sintoma. Gostaria de saber de vocês que já tiveram a experiência de passar por este sintoma, como se sentiram, como lidam com isso e se fizeram algum tipo de tratamento. Aguardo o comentário de vocês caso queiram compartilhar.




Por Grazie Souza



quarta-feira, 1 de março de 2017

Vídeo simulando Neve Visual e outros sintomas.




Simulação dos Sintomas da Neve Visual


              Sei que muitos de vocês já devem ter visto este vídeo no youtube, mas ainda assim  é interessante mostrar, pois muitos ainda tem dúvidas do que sentem e vejo que também temos muitos visitantes que não são portadores, neste vídeo é possível  perceber como é a Neve Visual no nosso dia-a-dia  juntamente com os demais sintomas. Me identifiquei muito com as imagens deste vídeo e imagino que muitos de vocês também. Aguardo o comentário de vocês sobre este vídeo.

                  Apesar de estar em inglês é simples entender cada um dos sintomas:







Autora: Grazie Souza



terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Série Sintomas: Fotopsia e Fosfenos

Fotopsia e Fosfenos



Na pauta de hoje vou dar mais detalhes sobre a fotopsia, mais conhecida como flashes de luz, bem como descrever os fenômenos chamados de fosfenos, visto que são regularmente confundidos e os efeitos são muito parecidos.

A fotopsia, mais conhecida como flashes de luz é um  fenômeno produzido pela retina, e ocorre geralmente quando esfregamos o olho ou como resultado de algum atrito com o vítreo ocular, o que pode inclusive gerar o descolamento da retina em casos mais graves. A percepção de moscas volantes é um efeito da fotopsia por exemplo. 


É preciso ressaltar que os principais efeitos da fotopsia é a visualização de clarões, “relâmpagos”, raios ou flashes de luz que ocorrem de modo passageiro. Em geral, observa-se este sintoma em miopia ou traumatismos que afetaram o globo ocular. Portanto, a fotopsia é de causa oftalmológica, cuja piora ou aparecimento de novos sintomas requer acompanhamento médicos especializados, uma vez que por si, a fotopsia não significa necessariamente que o paciente teve qualquer tipo de degeneração ou descolamento da retina.

Por outro lado, os fosfenos possuem causa neurológica e até mesmo pessoas saudáveis podem perceber este fenômeno visual quando pressionam as pálpebras, empurrando o globo ocular.

Neste fenômeno entóptico observa-se a percepção de manchas luminosas, linhas, formas ou até mesmo centelhas de luz, independente da condição de luminosidade.


Apesar de qualquer indivíduo poder vivenciar este fenômeno, a manifestação dos fosfenos de forma mais constante e involuntária também pode ser sintoma de outros distúrbios tais como lesões cerebrais, pressão baixa, enxaqueca ou dores encefálicas, ansiedade e há relatos inclusive em pacientes portadores de esclerose.

Saliento que, por se tratarem de fenômenos muito semelhantes, recomendo uma consulta com seu médico de confiança, pois neste caso existem interpretações equivocadas sobre cada tipo de sintoma.

Analisando as pesquisas que fiz sobre Neve Visual, é muito mais comum encontrar as pessoas se referindo aos flashes de luz como fotopsia do que fosfenos. Nos exames que realizei, não havia indícios de fotopsia e, portanto, o que vejo, está mais relacionado com os fosfenos, o que faz bastante sentido no meu caso, uma vez que este sintoma está estritamente ligado ao lobo occipital como ocorre na Neve Visual.


 Autora: Grazie Souza

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Doação para pesquisa do Dr. Goadsby

Doação para pesquisa do Dr. Goadsby




            Hoje, recebi um pedido no blog para ajudar na campanha de arrecadação para os estudos sobre de tratamento da Neve Visual.

Dr. Peter Goadsby
      Para quem ainda não teve a oportunidade de se inteirar, o Dr. Peter J. Goadsby chefia a principal pesquisa promovida pela Kings College London, e esta é a nossa maior esperança para que a síndrome seja finalmente reconhecida como doença e um tratamento seja estabelecido para os pacientes.

         Há alguns anos, muitos portadores tiveram a iniciativa de angariar fundos para promover pesquisas em busca de tratamento e hoje este estudo está em fase de investigação dos mecanismos biológicos que levam a manifestação da Neve Visual.

       Entretanto, o montante arrecadado para custeio da pesquisa acabou e mais dinheiro é necessário para continuar os estudos, sendo crucial a nossa ajuda, para enfim encontrarmos respostas para o tratamento da Síndrome da Neve Visual.

           
       No passado, os pacientes se uniram em nome de uma causa e mais uma vez precisamos nos unir para que os avanços que conquistamos nos últimos anos não caiam por terra.

   Para os que possuem condições de doar, pedimos que acessem o site http://www.eyeonvision.org/donate-to-the-eye-on-vision-foundation.html

 Se você não pode contribuir, peço sua ajuda para divulgar a iniciativa! Quanto mais apoio tivermos, mais chance teremos de conseguirmos contribuições.




 Autora: Grazie Souza

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Série Sintomas: Auras

Auras




Frequentemente vejo pessoas que relatam verdadeiras “heresias”  e dizem que chegam até a se divertir com a impressão de estática de TV. Confesso que muitas vezes eu mesma já me peguei bastante fascinada com um sintoma em particular, as auras. De repente, no trabalho eu virava os olhos e via auras em meus colegas, mesmo sabendo que aquilo era um efeito da Neve Visual, era impossível não ter aquela sensação de deslumbramento. Posso com certeza afirmar que era estranho e bonito ao mesmo tempo. Mas, sou perfeitamente ciente de que sou portadora de algum tipo de anomalia neurológica que faz com que minha visão da realidade seja totalmente alterada. Neste caso, eu apenas me permiti, não me sentia mal, então, por que não esquecer o medo e as neuras por um momento e viver aquilo como uma experiência nova?

Esse efeito ocorre em mim apenas em condições muito específicas, e geralmente em ambientes com luz artificial e após ficar muitas horas em frente ao computador. Não é nada que se assemelhe as auras da enxaqueca ou aura oftálmica, pois acompanha perfeitamente o formato do objeto ou pessoa que estão no meu campo de visão e a duração e frequência vai depender de fatores como o tempo que fico exposta à situação que descrevi acima.

As auras que enxergo são geralmente bem brilhantes, com cores intercaladas, começando por rosa claro ou laranja claro e chegando a cor amarela e enfim branca. Peço desculpas para pessoas espiritualizadas que leem este post, pode parecer que a descrição é muito parecida com a estrutura das auras holísticas, contudo, vejo com outra perspectiva, considero este sintoma mais um da vasta lista de manifestações da Neve Visual. 

A ciência médica que dedica estudos em sinestetas*, avaliou que pessoas que conseguem enxergar auras, na verdade, possuem o que chamam de sinestesia emocional, dado que estes indivíduos conseguem perceber através das cores, o estado emocional de outros indivíduos assim como o campo de energia ou calor.



 Honestamente, tratando-se de Neve Visual, é provável que estejamos sob mais um efeito das alucinações visuais causada pela Síndrome. Observo também que se trata de um efeito raro entre os portadores da síndrome, apesar de muitos dos efeitos da Neve Visual se desenvolvem com o passar dos anos.



·         Obs: Sinestestas são pessoas que possuem a condição chamada de sinestesia, que é um fenômeno neuropsicológico que parece mesclar os sentidos e leva o indivíduo a ver ou tatear um som, sentir sabor de cores, ou formatos das palavras, entre outros.



 Autora: Grazie Souza

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Série Sintomas: Perda Percepção de Profundidade e Sensibilidade ao Contraste

Perda Percepção de Profundidade e Sensibilidade ao Contraste



Declaro publicamente aqui que eu sou uma dessas pessoas atrapalhadas, que vive se esbarrando em um monte de móveis, objetos e chuto chão, escadas e desníveis. Vivo com as pernas, coxas e quadris cheio de hematomas e convivia muito bem com a fama de destrambelhada, até que em novembro do ano passado, durante uma entrevista com uma pessoa que estuda a Neve Visual, descobri que este era mais um efeito da síndrome.

É algo que acontece na prática, para as pessoas que sofrem de dificuldade na percepção de profundidade, o que ocorre comigo é que enxergo em 3D sim, mas não no primeiro momento, minha visão deve focar e se adaptar ao ambiente antes, para meu cérebro começar a enxergar a profundidade, mas até que isso aconteça já fiz o estrago.

A capacidade de enxergar profundidade chama-se Estereopsia (visão estéreo), e geralmente é comum em pessoas com estrabismo ou ambliopia (olho preguiçoso) sofrerem com dificuldades com o comprometimento da Estereopsia, mas é necessário que o paciente se submeta ao teste de Estereopsia (Titmus Test) para se confirmar e conhecer o grau que isto afeta o paciente.

Um ponto importante a mencionar é que este problema é muito comum especialmente no período da noite, algo relatado pela maioria dos pacientes que apresentam este sintoma. Não se sabe ao certo a razão da perda permanente ou passageira da percepção de profundidade, muitos portadores da Neve Visual a associam bastante com a perda da sensibilidade ao contraste.

Perda de Contraste na Neve Visual


A perda da sensibilidade ao contraste é também encontrada em doenças como a Degeneração Macular, Glaucoma, Retinopatia Diabética, Catarata e mais recentemente, muitas pesquisas associam à depressão uma vez que esta pode causar uma série de disfunções sensoriais. Nos pacientes, há a sensação de visualizarem um nevoa fraca e persistente, com a impressão de que o ambiente tem uma camada mais clara do que seria na realidade.

Vale ressaltar que a perda de percepção de profundidade é bem raro entre os portadores, mas em relação a sensibilidade de contraste ainda não houve estudos mais concretos para se aprofundar neste sintoma e qual percentual atinge entre os portadores de Neve Visual.




Caso note este sintoma deixe seu comentário no post.



 Autora: Grazie Souza

domingo, 8 de janeiro de 2017

Série Sintomas: Explosões de Brilho

Explosões de Brilho




Pessoal, escrever estas pautas é realmente um desafio, muitos dos sintomas não têm nome científico e meu objetivo é sempre explicar os sintomas de forma clara para que vocês identifiquem se realmente é o que sentem. Então desde já peço desculpas pelo meu amadorismo, muitos sintomas são baseados em relatos e muitos eu também tenho.

Este sintoma estava previsto como o último que eu iria tratar dentro da sequência dos sintomas visuais citados pelos portadores, pois é este sintoma que me causa cegueira temporária e sem dúvidas o que mais me assusta. Mas comentei sobre ele no post sobre Starbursting, e quero evitar dúvidas e organizar de uma maneira mais lógica, acredito que vai ajudar vocês também a entenderem melhor.

Os sintomas como palinopsia, Starbursting e até mesmo os flashes de luz, conhecida também como fotopsia necessitam de outros fatores para ocorrer, seja fatores externos como reação a claridade, ou internos como o caso dos flashes que está mais relacionado a enxaqueca, dores de cabeça ou problemas na retina.

As explosões de brilho, pelo menos em mim, aparecem do nada, não precisa de outros fatores para ocorrer e podem ocorrer em momentos de stress intenso, não sinto nada além de um brilho muito forte, que cobre parte da minha visão, nos dois olhos e de recuperação lenta, da última vez, levei em torno de duas horas para me recuperar e voltar a trabalhar. Um detalhe importante é que a mancha aumenta gradualmente no meu campo de visão e se eu não me acalmar completamente, o brilho volta novamente. Geralmente, o retorno do sintoma ocorre pois tenho crises de ansiedade, que causam falta de ar, tontura, sentimento de medo irreal de que vou perder a visão, transpiração, enjoo e outras diversas reações caraterísticas da ansiedade.

Como na palinopsia, ocorre com os olhos abertos ou fechados, e agrava a fotofobia.

  Gostaria de frisar que são poucos os pacientes que têm esta reação, portanto, não há motivos para presumirem que todos vão desenvolver. Honestamente, tenho raríssimas vezes este sintoma. Das últimas ocasiões que tive, uma foi em 2012 e outra em 2015, em ambas as situações, eu estava no trabalho e ocorreram logo após o almoço. Em 2012, associei à pressão baixa, mas descobrindo e aprendendo sobre a Neve Visual passei a desconsiderar esta possibilidade, e em 2015 minha pressão estava normal, foi nesta ocasião que passei a observar mais a síndrome e entender o que funcionava para contornar o sintoma. Pedi licença para meus colegas, sai da minha mesa e fui para um local mais calmo, fechei os olhos e esperei passar. 

 
Exemplo de explosão de brilho



Sei que a imagem acima se assemelha muito a enxaqueca com aura ou enxaqueca ocular, mas observando meus sintomas, passei a perceber a diferença entre um sintoma e outro e hoje foco na causa. Sei que a cegueira temporária sem dor e nos dois olhos pode ser causada por diversas doenças conhecidas pela medicina e muitas das quais foram descartadas inclusive por causa da baixa incidência que ocorrem em mim, a única causa que ainda não descartei  foi a “compressão do nervo óptico ou do caminho óptico” que é raro,  e exige a investigação do histórico de dores de cabeça e se existem quaisquer anomalias neurológicas que é o caso da neve visual, mas ainda assim exige um exame mais aprofundado de um médico que conheça a doença. 



 Autora: Grazie Souza