domingo, 8 de janeiro de 2017

Série Sintomas: Explosões de Brilho

Explosões de Brilho




Pessoal, escrever estas pautas é realmente um desafio, muitos dos sintomas não têm nome científico e meu objetivo é sempre explicar os sintomas de forma clara para que vocês identifiquem se realmente é o que sentem. Então desde já peço desculpas pelo meu amadorismo, muitos sintomas são baseados em relatos e muitos eu também tenho.

Este sintoma estava previsto como o último que eu iria tratar dentro da sequência dos sintomas visuais citados pelos portadores, pois é este sintoma que me causa cegueira temporária e sem dúvidas o que mais me assusta. Mas comentei sobre ele no post sobre Starbursting, e quero evitar dúvidas e organizar de uma maneira mais lógica, acredito que vai ajudar vocês também a entenderem melhor.

Os sintomas como palinopsia, Starbursting e até mesmo os flashes de luz, conhecida também como fotopsia necessitam de outros fatores para ocorrer, seja fatores externos como reação a claridade, ou internos como o caso dos flashes que está mais relacionado a enxaqueca, dores de cabeça ou problemas na retina.

As explosões de brilho, pelo menos em mim, aparecem do nada, não precisa de outros fatores para ocorrer e podem ocorrer em momentos de stress intenso, não sinto nada além de um brilho muito forte, que cobre parte da minha visão, nos dois olhos e de recuperação lenta, da última vez, levei em torno de duas horas para me recuperar e voltar a trabalhar. Um detalhe importante é que a mancha aumenta gradualmente no meu campo de visão e se eu não me acalmar completamente, o brilho volta novamente. Geralmente, o retorno do sintoma ocorre pois tenho crises de ansiedade, que causam falta de ar, tontura, sentimento de medo irreal de que vou perder a visão, transpiração, enjoo e outras diversas reações caraterísticas da ansiedade.

Como na palinopsia, ocorre com os olhos abertos ou fechados, e agrava a fotofobia.

  Gostaria de frisar que são poucos os pacientes que têm esta reação, portanto, não há motivos para presumirem que todos vão desenvolver. Honestamente, tenho raríssimas vezes este sintoma. Das últimas ocasiões que tive, uma foi em 2012 e outra em 2015, em ambas as situações, eu estava no trabalho e ocorreram logo após o almoço. Em 2012, associei à pressão baixa, mas descobrindo e aprendendo sobre a Neve Visual passei a desconsiderar esta possibilidade, e em 2015 minha pressão estava normal, foi nesta ocasião que passei a observar mais a síndrome e entender o que funcionava para contornar o sintoma. Pedi licença para meus colegas, sai da minha mesa e fui para um local mais calmo, fechei os olhos e esperei passar. 

 
Exemplo de explosão de brilho



Sei que a imagem acima se assemelha muito a enxaqueca com aura ou enxaqueca ocular, mas observando meus sintomas, passei a perceber a diferença entre um sintoma e outro e hoje foco na causa. Sei que a cegueira temporária sem dor e nos dois olhos pode ser causada por diversas doenças conhecidas pela medicina e muitas das quais foram descartadas inclusive por causa da baixa incidência que ocorrem em mim, a única causa que ainda não descartei  foi a “compressão do nervo óptico ou do caminho óptico” que é raro,  e exige a investigação do histórico de dores de cabeça e se existem quaisquer anomalias neurológicas que é o caso da neve visual, mas ainda assim exige um exame mais aprofundado de um médico que conheça a doença. 



 Autora: Grazie Souza