terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Série Sintomas: Fotopsia e Fosfenos

Fotopsia e Fosfenos



Na pauta de hoje vou dar mais detalhes sobre a fotopsia, mais conhecida como flashes de luz, bem como descrever os fenômenos chamados de fosfenos, visto que são regularmente confundidos e os efeitos são muito parecidos.

A fotopsia, mais conhecida como flashes de luz é um  fenômeno produzido pela retina, e ocorre geralmente quando esfregamos o olho ou como resultado de algum atrito com o vítreo ocular, o que pode inclusive gerar o descolamento da retina em casos mais graves. A percepção de moscas volantes é um efeito da fotopsia por exemplo. 


É preciso ressaltar que os principais efeitos da fotopsia é a visualização de clarões, “relâmpagos”, raios ou flashes de luz que ocorrem de modo passageiro. Em geral, observa-se este sintoma em miopia ou traumatismos que afetaram o globo ocular. Portanto, a fotopsia é de causa oftalmológica, cuja piora ou aparecimento de novos sintomas requer acompanhamento médicos especializados, uma vez que por si, a fotopsia não significa necessariamente que o paciente teve qualquer tipo de degeneração ou descolamento da retina.

Por outro lado, os fosfenos possuem causa neurológica e até mesmo pessoas saudáveis podem perceber este fenômeno visual quando pressionam as pálpebras, empurrando o globo ocular.

Neste fenômeno entóptico observa-se a percepção de manchas luminosas, linhas, formas ou até mesmo centelhas de luz, independente da condição de luminosidade.


Apesar de qualquer indivíduo poder vivenciar este fenômeno, a manifestação dos fosfenos de forma mais constante e involuntária também pode ser sintoma de outros distúrbios tais como lesões cerebrais, pressão baixa, enxaqueca ou dores encefálicas, ansiedade e há relatos inclusive em pacientes portadores de esclerose.

Saliento que, por se tratarem de fenômenos muito semelhantes, recomendo uma consulta com seu médico de confiança, pois neste caso existem interpretações equivocadas sobre cada tipo de sintoma.

Analisando as pesquisas que fiz sobre Neve Visual, é muito mais comum encontrar as pessoas se referindo aos flashes de luz como fotopsia do que fosfenos. Nos exames que realizei, não havia indícios de fotopsia e, portanto, o que vejo, está mais relacionado com os fosfenos, o que faz bastante sentido no meu caso, uma vez que este sintoma está estritamente ligado ao lobo occipital como ocorre na Neve Visual.


 Autora: Grazie Souza

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Doação para pesquisa do Dr. Goadsby

Doação para pesquisa do Dr. Goadsby




            Hoje, recebi um pedido no blog para ajudar na campanha de arrecadação para os estudos sobre de tratamento da Neve Visual.

Dr. Peter Goadsby
      Para quem ainda não teve a oportunidade de se inteirar, o Dr. Peter J. Goadsby chefia a principal pesquisa promovida pela Kings College London, e esta é a nossa maior esperança para que a síndrome seja finalmente reconhecida como doença e um tratamento seja estabelecido para os pacientes.

         Há alguns anos, muitos portadores tiveram a iniciativa de angariar fundos para promover pesquisas em busca de tratamento e hoje este estudo está em fase de investigação dos mecanismos biológicos que levam a manifestação da Neve Visual.

       Entretanto, o montante arrecadado para custeio da pesquisa acabou e mais dinheiro é necessário para continuar os estudos, sendo crucial a nossa ajuda, para enfim encontrarmos respostas para o tratamento da Síndrome da Neve Visual.

           
       No passado, os pacientes se uniram em nome de uma causa e mais uma vez precisamos nos unir para que os avanços que conquistamos nos últimos anos não caiam por terra.

   Para os que possuem condições de doar, pedimos que acessem o site http://www.eyeonvision.org/donate-to-the-eye-on-vision-foundation.html

 Se você não pode contribuir, peço sua ajuda para divulgar a iniciativa! Quanto mais apoio tivermos, mais chance teremos de conseguirmos contribuições.




 Autora: Grazie Souza

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Série Sintomas: Auras

Auras




Frequentemente vejo pessoas que relatam verdadeiras “heresias”  e dizem que chegam até a se divertir com a impressão de estática de TV. Confesso que muitas vezes eu mesma já me peguei bastante fascinada com um sintoma em particular, as auras. De repente, no trabalho eu virava os olhos e via auras em meus colegas, mesmo sabendo que aquilo era um efeito da Neve Visual, era impossível não ter aquela sensação de deslumbramento. Posso com certeza afirmar que era estranho e bonito ao mesmo tempo. Mas, sou perfeitamente ciente de que sou portadora de algum tipo de anomalia neurológica que faz com que minha visão da realidade seja totalmente alterada. Neste caso, eu apenas me permiti, não me sentia mal, então, por que não esquecer o medo e as neuras por um momento e viver aquilo como uma experiência nova?

Esse efeito ocorre em mim apenas em condições muito específicas, e geralmente em ambientes com luz artificial e após ficar muitas horas em frente ao computador. Não é nada que se assemelhe as auras da enxaqueca ou aura oftálmica, pois acompanha perfeitamente o formato do objeto ou pessoa que estão no meu campo de visão e a duração e frequência vai depender de fatores como o tempo que fico exposta à situação que descrevi acima.

As auras que enxergo são geralmente bem brilhantes, com cores intercaladas, começando por rosa claro ou laranja claro e chegando a cor amarela e enfim branca. Peço desculpas para pessoas espiritualizadas que leem este post, pode parecer que a descrição é muito parecida com a estrutura das auras holísticas, contudo, vejo com outra perspectiva, considero este sintoma mais um da vasta lista de manifestações da Neve Visual. 

A ciência médica que dedica estudos em sinestetas*, avaliou que pessoas que conseguem enxergar auras, na verdade, possuem o que chamam de sinestesia emocional, dado que estes indivíduos conseguem perceber através das cores, o estado emocional de outros indivíduos assim como o campo de energia ou calor.



 Honestamente, tratando-se de Neve Visual, é provável que estejamos sob mais um efeito das alucinações visuais causada pela Síndrome. Observo também que se trata de um efeito raro entre os portadores da síndrome, apesar de muitos dos efeitos da Neve Visual se desenvolvem com o passar dos anos.



·         Obs: Sinestestas são pessoas que possuem a condição chamada de sinestesia, que é um fenômeno neuropsicológico que parece mesclar os sentidos e leva o indivíduo a ver ou tatear um som, sentir sabor de cores, ou formatos das palavras, entre outros.



 Autora: Grazie Souza

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Série Sintomas: Perda Percepção de Profundidade e Sensibilidade ao Contraste

Perda Percepção de Profundidade e Sensibilidade ao Contraste



Declaro publicamente aqui que eu sou uma dessas pessoas atrapalhadas, que vive se esbarrando em um monte de móveis, objetos e chuto chão, escadas e desníveis. Vivo com as pernas, coxas e quadris cheio de hematomas e convivia muito bem com a fama de destrambelhada, até que em novembro do ano passado, durante uma entrevista com uma pessoa que estuda a Neve Visual, descobri que este era mais um efeito da síndrome.

É algo que acontece na prática, para as pessoas que sofrem de dificuldade na percepção de profundidade, o que ocorre comigo é que enxergo em 3D sim, mas não no primeiro momento, minha visão deve focar e se adaptar ao ambiente antes, para meu cérebro começar a enxergar a profundidade, mas até que isso aconteça já fiz o estrago.

A capacidade de enxergar profundidade chama-se Estereopsia (visão estéreo), e geralmente é comum em pessoas com estrabismo ou ambliopia (olho preguiçoso) sofrerem com dificuldades com o comprometimento da Estereopsia, mas é necessário que o paciente se submeta ao teste de Estereopsia (Titmus Test) para se confirmar e conhecer o grau que isto afeta o paciente.

Um ponto importante a mencionar é que este problema é muito comum especialmente no período da noite, algo relatado pela maioria dos pacientes que apresentam este sintoma. Não se sabe ao certo a razão da perda permanente ou passageira da percepção de profundidade, muitos portadores da Neve Visual a associam bastante com a perda da sensibilidade ao contraste.

Perda de Contraste na Neve Visual


A perda da sensibilidade ao contraste é também encontrada em doenças como a Degeneração Macular, Glaucoma, Retinopatia Diabética, Catarata e mais recentemente, muitas pesquisas associam à depressão uma vez que esta pode causar uma série de disfunções sensoriais. Nos pacientes, há a sensação de visualizarem um nevoa fraca e persistente, com a impressão de que o ambiente tem uma camada mais clara do que seria na realidade.

Vale ressaltar que a perda de percepção de profundidade é bem raro entre os portadores, mas em relação a sensibilidade de contraste ainda não houve estudos mais concretos para se aprofundar neste sintoma e qual percentual atinge entre os portadores de Neve Visual.




Caso note este sintoma deixe seu comentário no post.



 Autora: Grazie Souza