sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Série Sintomas: Fenômeno Entóptico do Campo Azul

Fenômeno Entóptico do Campo Azul



Nesta postagem vou explicar mais sobre o fenômeno entóptico do campo azul, também conhecido como fenômeno de Scheerer. A causa dessa percepção é desconhecida, mas tem sido atribuída à circulação na retina e patologias intracerebrais ou intraoculares. Sua prevalência e significância na população geral é desconhecida, mas os pacientes de Neve Visual parecem ser frequentemente afetados.

Vou tentar descrever o que vejo de maneira bem simples, quando este fenômeno se manifesta. Vejo pontos azuis claros e bem brilhantes se movendo de maneira constante, rápida e aleatória, especialmente em dias claros e azuis. Não dura muito tempo, algo em torno de 10 a 20 minutos no máximo.  

Descoberta a mais de um século, pelo médico oftalmologista alemão Richard Scheerer, acredita-se que os pontos são glóbulos brancos que se deslocam nos capilares em frente a retina do olho. Os glóbulos brancos, que são muito mais raros do que o vermelho e não absorvem a luz azul, criando lacunas nas colunas de sangue e essas lacunas aparecem como pontos brancos. Essas lacunas são alongadas porque um leucócito esférico é muito grande para o capilar. Os glóbulos vermelhos acumulam por trás do glóbulo branco, aparecendo como uma cauda escura.


O fenômeno de Scheerer pode ser facilmente distinguido de moscas volantes (miodesopsia). E consiste de corpúsculos de diâmetro e foco visual idêntico, pontos simples, ou em forma de minhoca, mais brilhantes do que o fundo. Se o olho para de se mover, os pontos ainda estão fluindo. Se o olho se move, os pontos seguem instantaneamente, porque eles estão contidos na retina. Em contraste, as moscas volantes são manchas ou fios de diferentes graus de diâmetro e variando no foco visual, alguns com formas complexas, mais escuras do que as figuras de fundo. As moscas volantes movem-se lentamente pois estão condensados do vítreo.

Mas fiquem tranquilos, não é um sintoma grave, e não requer tratamento, e geralmente a duração de sua manifestação é muito rápida e não apresenta sequelas como tontura e dor de cabeça.


Autora: Grazie Souza

Série Sintomas: Moscas Volantes

Moscas Volantes




Finalmente um sintoma que não me atinge, mas é bastante comum entre pacientes de Neve Visual. As moscas volantes caracterizam-se por pontos ou manchas que apresentam formas, consistência e tamanhos diversificados que se movem lentamente nos olhos. Geralmente em pessoas mais jovens, são transparentes. Mas a medida que envelhecemos, as moscas volantes se desenvolvem gradualmente.

            Denominada cientificamente de miodesopsia, trata-se de minúsculos fragmentos condensados do vítreo, tecnicamente chamados grumos, formados quando partes do vítreo se separam da retina. Embora pareçam estar na frente do olho, na realidade, elas estão flutuando no vítreo, dentro do olho. Às vezes as moscas volantes não interferem na visão. Mas, quando entram no campo de visão elas bloqueiam a luz e projetam sombras na retina, a parte posterior do olho onde se forma a imagem, por isso não são ilusões ópticas, são fenômenos entópticos.

            Felizmente não é um problema grave e frequentemente não precisa de tratamento (nos casos mais graves como rasgo na retina é necessário o tratamento a laser). Com o tempo, a moscas volantes tendem a diminuir e incomodam menos. É recomendado nestes casos a constante movimentação dos olhos quando aparecem diretamente no campo de visão. Olhar para cima e para baixo ou para frente e para trás para deslocar as moscas volantes para outra posição. 



Autora: Grazie Souza 

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Série Sintomas: Visão Dupla

Sintoma: Visão Dupla ou Diplopia



Finalmente estou de volta, depois de alguns dias sob o ataque de uma enxaqueca que me torturou nos últimos três dias, ainda dói um pouco, mas já consigo pensar com mais clareza e enxergar com um pouco menos de palinopsia e fotofobia.

Dando continuidade à série, nesta postagem vou dar mais detalhes sobre a visão dupla, conhecida na medicina como diplopia.

A diplopia caracteriza-se pela percepção de duas imagens de um mesmo objeto, é como o efeito de fantasma na TV, ou melhor ainda, quando relaxamos os olhos qualquer pessoa é capaz de perceber a visão dupla. Mas, na diplopia, o cérebro não é capaz de fundir as imagens de forma corriqueira.



Podendo ser sintoma de diversas outras doenças, a diplopia também é bastante relatada por pessoas que sofrem de neve visual, e causa bastante desconforto não só em problemas como foco, mas também cefaleia e náuseas.

Apresenta-se nas seguintes formas:

Diplopia horizontal, nela as imagens surgem horizontalmente ou uma ao lado da outra e geralmente é a mais comum.

Diplopia vertical, onde as imagens surgem verticalmente, neste caso, uma em cima e outra em baixo.

Diplopia cruzada ou oblíqua, aqui ocorre uma combinação de diplopia vertical e horizontal com uma torção.

Diplopia binocular é quando o problema ocorre apenas com os dois olhos abertos, porém, o problema desaparece quando um dos olhos é fechado.

Diplopia monocular ou visão dupla em apenas olho quando o problema ocorre apenas em um dos olhos, mesmo após fechando o outro olho.

Cada vez que escrevo fico mais impressionada com o poder de estrago da neve visual, todos os sintomas que descrevi até agora, eu tenho todos, claro que alguns graus diferentes. Este é o que me incomoda menos, apenas na leitura é que percebo mais a visão dupla, mas superei. Claro que se você já descartou a ligação entre a neve visual e diplopia, vá procurar um médico já, pois o assunto é sério e precisa de mais investigação para saber o que é.



Autora: Grazie Souza

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Série Sintomas: Fotofobia

Fotofobia



            Neste caso, não se trata do medo de luz e sim da sensibilidade à luz, especialmente em dias muito iluminados ou sob luz muito forte.

            Me fez lembrar de uma situação em que eu até passei por chata, uma vez estávamos no carro e o motorista que estava atrás deixou o farol superforte (na minha modesta opinião) ao ponto em que eu não pude enxergar nada, pedi educadamente para o motorista em questão, diminuir um pouco os lúmens. Quando me virei, os demais passageiros disseram que não era para tanto, que não estava tão forte assim e que era possível enxergar perfeitamente. Gente, é sério, com aquela luz, senti que viraram um holofote nos meus olhos de tão forte. Realmente a máxima de que “a ignorância é uma benção” é uma furada, se eu soubesse na época o que eu tinha...

            Isso é só para ilustrar para os afortunados com visão HD que não é fácil conviver com os diversos sintomas da neve visual. Então este post serve para iluminar suas mentes para mais uma das reações que a síndrome causa.



            Não existe uma definição médica padrão para a fotofobia. Normalmente, os pacientes evitam a luz, pois percebem que ela é muito brilhante, em outras palavras é uma sensibilidade anormal à luz ou hipersensibilidade fótica e por vezes pode ser dolorosa (causando ou agravando dor na cabeça. Os pacientes com neve visual frequentemente relatam a ocorrência de cefaleia e mais de metade dos pacientes sofrem de enxaqueca, embora não houvesse influência da frequência de cefaleia na neve visual.

            A fotofobia está relacionada a muitas causas inerentes a distúrbios oculares, do sistema nervoso e outros diversos, como é o caso das pessoas que sofrem de albinismo, que atualmente é um dos casos mais notórios.

            É muito comum, nós, que convivemos com a neve visual, logo após expostos a um evento com luz excessiva, notarmos logo em seguida a palinopsia, geralmente fica um rastro intermitente por horas e/ou flashes de luz.

            Recentemente, investi em óculos escuros com lentes polarizadas, que realmente foi uma revolução e estou completamente viciada.Tenho até um certo receio de usar em ambientes fechados, pois dizem que podem piorar a fotossensibilidade. 



                A fotofobia é um dos sintomas que mais me incomodam e afeta diretamente no meu  desempenho de tarefas cotidianas, seja no trabalho ou  nos estudos. Computador, smartphone e tablet, entram nesta luta constante, não deixo o brilho de tela de nenhum aparelho  em paz, naquele modo automático. O pessoal censurando a forma como eu utilizo as telas, é constante, não procure a compreensão das pessoas, não entendem.


            Fiquem atentos a mais postagens sobre os demais sintomas, confesso que esta sendo bem agradável entender e transmitir para vocês  todo este conhecimento sobre algo tão cheio de dilemas que é a Sindrome da Neve Visual.



Autora: Grazie Souza






Série Sintomas: Palinopsia

Sintoma: Palinopsia




Continuando com a série dos sintomas, hoje vou explicar sobre a Palinopsia, que pode ser tanto positiva (quando você vê a imagem contínua com as cores reais), quanto negativa (quando a imagem se assemelha ao negativo de fotos).

Palinopsia é um distúrbio visual que faz com que imagens persistam na vista até certo ponto, mesmo depois que seu estímulo correspondente deixou o seu campo de visão. Estas imagens são conhecidas como rastro de imagens e ocorrem em pessoas com visão normal. No entanto, uma pessoa com palinopsia experimenta este fenômeno em um grau significativamente maior, onde é difícil ou impossível de ignorar.


Tipo de Palinopsia com rastro de imagem do tipo negativo

A Palinopsia vezes, aparece por si só, mas é mais frequentemente acompanhada por outros distúrbios visuais, tais como neve visual, e pode ser atribuído a um número de condições que afetam o cérebro, incluindo, mas não se limitando a, medicamentos, desordens convulsivas, tumores, lesões visuais no caminho do lobo occipital, hemorragia sub-cortical e malformações arteriovenosas dural. E também pode, por vezes, apresentar em indivíduos saudáveis.

        A patologia que leva à palinopsia pode ocorrer através de várias vias, tornando a busca pela origem da doença, muito difícil. Embora a imagens residuais negativas são geralmente entendidas como sendo um fenômeno da retina, a palinopsia é uma desordem relacionada ao cérebro, e não de uma desordem relacionada ao olho. Isto é uma possibilidade, porque palinopsia é mais comumente encontrada em conexão com doenças, medicamentos ou lesões que afetam o cérebro.

          Outro dia, sai no meio da tarde parcialmente nublada e achei que não teríamos um céu ensolarado e deixei meu óculos em casa, no meio do caminho, veio aquele sol. Não sei como cheguei no curso, com os olhos quase fechados, por causa da fotofobia e mesmo assim tive palinopsia, ficou um rastro enorme da fachada do prédio onde faço o curso, não conseguia ler, focar em nada. Mas aprendi a lição, sempre levar os óculos escuros!




Autora: Grazie Souza

Série Sintomas: Dúvidas sobre Neve Visual

Sintoma: Neve Visual (dúvidas frequentes)





Decidi iniciar uma série no intuito de aprofundar em cada um dos sintomas mais relatados por pacientes e alvo de investigações científicas mais recentes. Minha ideia é primeiramente apresentar os sintomas que afetam a visão, posteriormente vou me aprofundar nas reações não visuais e para finalizar nos sintomas secundários. 

Neste primeiro post da série, vou me dedicar as dúvidas mais frequentes sobre o sintoma principal que é a Neve Visual, ou a visão granulada que deu o nome a síndrome. Já comentei sobre os sintomas aqui no blog, dei uma breve explicação dos dois tipos de neve visual mais relatados entre os pacientes e eu poderia me aprofundar nos tamanhos, formas, cores, testes e etc. Mas não quero, o material sobre isso é quase irrelevante. E sinceramente não vai acrescentar em nada. 

Confesso que estou há dias me contorcendo em frente ao computador, tentando fazer meus neurônios buscarem uma luz, o meu desafio aqui é: como não ser repetitiva e trazer algo novo para os leitores da página. E hoje, meus neurônios começaram a funcionar no metrô!

Então vamos ao que interessa, que é o sintoma neve visual. 

Busquei em todos os lugares a origem do nome neve visual, e não encontrei em lugar algum, exceto pelo fato de que os primeiros pacientes, para descrever o que viam, caracterizaram como pequenos pontos que pareciam flocos de neve na vista. Não sei se no futuro, a ciência médica especializada vai alterar o nome para algo mais técnico, ou se teremos o nome oficializado, mas por hora vamos manter a denominação mais popular.

A maior característica da neve visual é o fato de ser um distúrbio visual pelo qual o portador vê milhares de pequenos pontos brilhantes piscando em todo o seu campo visual. Dentre todos os sintomas que a síndrome apresenta, este é o único crônico, ou seja, estará sempre presente enquanto os demais são apenas intermitentes.




Simulação entre visão normal e a visão com neve visual

Então vamos as dúvidas mais frequentes:

Há risco de piora?
Em alguns casos sim, e geralmente é um processo muito lento e gradual acontecendo ao longo de um período de meses ou mesmo anos, há casos de "picos" nos sintomas visuais e para outros, pode ficar no mesmo nível por anos ou mais e se estabilizar.

Há a possibilidade de levar à cegueira?
Não. Ninguém ainda ficou permanentemente cego por causa da neve visual. A condição pode ter distúrbios visuais que progridem com o tempo e  casos mais graves podem se desenvolver, mas não há casos registrados de neve visual resultando em cegueira permanente. No entanto, há casos raros de quem sofre de neve visual relatando cegueira temporária, de duração e gravidade variável – que também estão ligados a sintomas de enxaqueca com aura e escotoma.


Visual neve é um sinal de tumor cerebral?
Não, não existe relação com tumores cerebrais.

É um sinal de dano ocular?
Não, a condição tem natureza neurológica, e não relacionada com a saúde física do olho.

Sendo portador, posso dirigir?
Se não interferir com a sua visão para o ponto onde você sente que impede a condução segura, então não há nenhuma razão para que você não possa dirigir. A decisão e responsabilidade é toda sua!

Neve Visual é ​​um diagnóstico oficial?
Não, não é um termo oficial, a condição não é medicamente reconhecida como doença ainda.

A Neve Visual pode aparecer em qualquer tipo de análise?
Não, não há nada consistente para sugerir eventuais anomalias distintas sobre qualquer tipo de verificação que se correlacionam com a neve visual. Muitas anomalias corriqueiras da medicina não são encontradas em pessoas que sofrem de neve visual, quer através de exame oftalmológico, ressonância magnética ou EEG (Eletroencefalograma). No entanto, assim como a maioria das pessoas que sofrem de de enxaqueca, anomalias inexplicáveis ​​ aparecem em exames de portadores da síndrome.

Existe alguma coisa que um médico pode fazer?
Para resolver esta condição, não, no entanto, em outras condições, tais como lesões oculares, opte pelo encaminhamento para o oftalmologista, e se for o caso, em seguida, neurologista para uma ressonância magnética.

Será que um médico acreditaria em mim, uma vez que a condição é não detectável?
Não espere grandes respostas da classe médica caso você perceba os sintomas característicos da Neve Visual e vá tratar a síndrome. No entanto, existem bons médicos, e você deve pelo menos ser capaz de obter uma referência.

Devo mencionar esses fóruns para demonstrar que não sou apenas um hipocondríaco, pois há muitos outros com a mesma condição?
            Provavelmente não, como qualquer menção à internet, os médicos tendem a ignorar o que o paciente diz, vendo-o como um hipocondríaco com autodiagnostico.


             Lembrando que não sou médica, apenas uma paciente com um excesso de curiosidade. Espero de coração que eu tenha elucidado algumas dúvidas, se você leitor, seja portador ou não, tiver alguma dúvida, deixe um cometário na postagem.


Autora: Grazie Souza