quarta-feira, 3 de maio de 2017

Série Sintomas: Visão embaçada e dificuldade de foco

Visão embaçada e dificuldade de foco




Há alguns meses atrás depois de analisar a pauta decidi tirar este tema, dado que notei a ausência de alguma relação com a Neve Visual, acho um assunto nebuloso e minha interpretação que não é de especialista, pode causar uma certa revolta entre os especialistas do assunto. Mas, tenho que lembrar que as pessoas são curiosas e a própria síndrome da neve visual é um enigma, portanto devo sanar também esta dúvida dos leitores do blog.

Portanto, se você tem neve visual, e percebeu que também tem a visão embaçada ou dificuldade de foco, considere urgentemente procurar um oftalmologista. Por que eu digo isso? A resposta é simples, não é porque você tem neve visual que isso te impede de ter problemas na visão e precise usar óculos. Lembrando que a síndrome é fundamentalmente de causa neurológica e visão embaçada ou desfocada geralmente são problemas oftalmológicos e é possível detectar através de exames voltados a este fim.

Muitos portadores desta condição relatam problemas de vista embaçada e realmente há esta dúvida de onde está o problema. Perfeitamente compreensível se tratando de NV, que tem dezenas sintomas relacionados, achar que o médico errou no diagnóstico é plausível, mas vale lembrar que se este médico chegou a esta conclusão certamente ele tem uma base para deduzir isso.


Em vista disso, meus caros portadores de síndrome da neve visual, se você foi diagnosticado com algum problema oftalmológico, provavelmente você o tem sim, e por mais que você deteste sofrer com a Neve Visual, esta condição não é a causa de todos os males de sua vida.

A minha dica principal é tirar a limpo todas as possíveis causas do que possa te causar esta visão desfocada ou embaçada. Em muitos momentos eu mesma cheguei a considerar que tinha este sintoma devido a NV, justamente porque nunca tive nenhum problema oftalmológico, então comecei a descartar as possibilidades. Geralmente eu sentia a perda do foco pela manhã, logo que eu acordava e a frequência estava aumentando, até que um dia, numa consulta, minha médica me perguntou se o remédio que eu estava tomando para depressão não dava nenhum efeito colateral como a visão embaçada e percebi aí que a causava deste problema era o remédio. Logo após a troca da medicação, nunca mais enfrentei este tipo de situação.

No entanto, se você descartou todas as possibilidades, tentou de tudo e concluiu que seu sintoma tem relação com a síndrome, minha dica é: observe-se. Em quais ocasiões ou situações você percebe que a visão ficou desfocada ou embaçada? Depois de quanto tempo o sintoma desapareceu? Qual foi sua estratégia para continuar a exercer suas tarefas cotidianas? Piora com o tempo? Precisou de alguma medicação como colírios para suportar o sintoma?

A Neve Visual tem uma relação muito ampla com o estado emocional dos portadores e a maioria de nós experimenta piora em momentos de stress e ansiedade, por isso requer uma observação do nosso interior, do ambiente e do momento. Ocorre num momento que implodimos e precisamos olhar para dentro de nós, na verdade quase que nos obriga a nos afastar um pouco daquela realidade estressante e procurar um lugar para respirar e melhorar. Toma tempo e é preciso ter uma boa dose de paciência, mas se quisermos uma vida normal precisamos encontrar nosso equilíbrio.



A título de curiosidade, segue uma lista de possíveis causas da visão turva:

Miopia;

Hipermetropia;

Astigmatismo;

Presbiopia;

Catarata;

Glaucoma;

Retinopatia Diabética;

Abrasões ou úlceras de córnea;

Ceratocone;

Degeneração macular relacionada a idade;

Neurite óptica;

AVC;

Tumor Cerebral;

Etc.



Para finalizar, vou ressaltar apenas mais um ponto de interesse, visão embaçada ou desfocada é diferente da perda de contraste, na primeira você tem uma perda considerável na qualidade de visão e precisa se esforçar para enxergar, quanto na perda de contraste você mantem a qualidade de visão, mas os pontinhos dão impressão que você está com uma camada esbranquiçada, mas enxerga os detalhes sem precisar forçar a vista.



Por Grazie Souza

terça-feira, 2 de maio de 2017

Quando apertar o botão “DESISTIR”


Quando apertar o botão “DESISTIR”



Antes de mais nada gostaria de informar que esta postagem não tem nenhuma relação com os sintomas da Neve Visual. Hoje decidi escrever para desabafar e reclamar da vida. Sim isso mesmo, depois de quase dois meses ausente e sem novas publicações, resolvi fazer algo totalmente egoísta e colocar para fora meus sentimentos. Então, não se obrigue a ler esta postagem.

Muitos portadores de Neve Visual têm depressão e pânico, então devem me entender que quando a angustia e o medo dominam nossos pensamentos e controlam nossos sentimentos é “soda”!  E, não diferente de qualquer um que sofra disso, eu passei a incluir nas minhas opções o botão “DESISTIR”, que vira e mexe eu quero apertar.  Me controlar para não desistir de tudo, considero um ato de coragem. E cada dia que percebo que tomei coragem, é um dia que acordo mais forte.

A minha doença não foi causada pela NV e muito menos por causas particulares, há alguns anos minha depressão foi causada por pessoas e essas pessoas causaram isso por achar que tinham o poder de destruir outras pessoas, uma vez que não foi apenas eu que cai neste precipício, então não é fruto da minha imaginação.

Quando eu era criança, minha mãe me alertava muito sobre a minha ingenuidade, e tomar cuidado para perceber que existem pessoas ruins, para ser sincera eu nunca acreditei neste mundo polarizado entre pessoas boas e ruins e que temos que nos concentrar em termos boa índole, bom caráter, bom “tudo”, vejo as pessoas como eu me vejo, humanos, com defeitos e qualidades. É difícil dizer que as pessoas que fizeram isso são ruins, eu as vejo mais como pessoas deslumbradas com o poder e era possível ver o prazer em subjugar outros indivíduos que julgavam inferiores. É um desvio de caráter certamente, mas não me cabe julgar e condenar, são apenas pessoas que não tiveram a sorte de terem a visão de vida e experiencias que eu tive. Aceitar as diferenças é aprender o significado do perdão.


Eu queria ter aquela cartilha da vida, com notas no rodapé para me lembrar que tudo isso é bobagem, que eu não tinha nada que desenvolver depressão e que as pessoas que fizeram ter esta doença não tinham este poder. Olha, eu queria de verdade que fosse fácil assim. Levar a porrada e sair sorrindo e desprezando meu tormento. Sofri um trauma e meus pensamentos se encarregaram de remoer e relembrar cada momento como numa tortura. Perdi o controle sobre meus pensamentos, superar isso é uma batalha a cada segundo e se tornou uma missão de vida, literalmente.

Foi difícil viver os últimos meses, para vocês terem ideia,  quase perdi a casa em que moro, vivendo do básico, meu esposo teve me vigiar 24h por eu ser um perigo para mim mesma e estamos desempregados e para piorar, tenho que desconsiderar cada oportunidade que me aparece porque estou impedida de voltar ao mercado formal, mesmo sem procurar emprego. Sim eu tenho um bom currículo, eu me matei de estudar e lutei a minha vida inteira. Por questões legais, não tenho como resolver minha situação de maneira simples

Não quero e não mereço a pena de ninguém, peço que não sintam dó, na realidade, não espero nada. Acho que deixei claro que só quero reclamar da vida, não me martirizar, mas fazer alguém aí do outro lado perceber que todos temos problemas, porém temos a solução.

No mês de março, comecei a escrever um post sobre visão de túnel e novamente meus pensamentos me impediram, fiquei paralisada num ponto que eu não consegui desenvolver o artigo e aquele sentimento de impotência me fez querer um respiro, e aquele respiro virou um tempo e aquele tempo tornou-se dois meses. Naquele momento eu me dei conta o quanto aquelas pessoas me afetaram.

Mas, mundo dá voltas e no meu caso em particular foi um spin fenomenal, a minha situação não se resolveu e creio que vai demorar mais um pouquinho até concluir, contudo, a vida não é só dor e com esta reviravolta veio um alívio que não sei como descrever.

Vou voltar a escrever no blog pois sei que posso ajudar as pessoas apesar das minhas limitações e quanto aos meus problemas particulares tenho noção do tamanho deles e decidi que vou correr atrás de soluções porque definitivamente apertei o botão “VIVER”. 



Por Grazie Souza