Explosões de Brilho
Pessoal, escrever estas pautas é
realmente um desafio, muitos dos sintomas não têm nome científico e meu
objetivo é sempre explicar os sintomas de forma clara para que vocês identifiquem
se realmente é o que sentem. Então desde já peço desculpas pelo meu amadorismo,
muitos sintomas são baseados em relatos e muitos eu também tenho.
Este sintoma estava previsto como o
último que eu iria tratar dentro da sequência dos sintomas visuais citados
pelos portadores, pois é este sintoma que me causa cegueira temporária e sem
dúvidas o que mais me assusta. Mas comentei sobre ele no post sobre
Starbursting, e quero evitar dúvidas e organizar de uma maneira mais lógica, acredito
que vai ajudar vocês também a entenderem melhor.
Os sintomas como palinopsia,
Starbursting e até mesmo os flashes de luz, conhecida também como fotopsia
necessitam de outros fatores para ocorrer, seja fatores externos como reação a
claridade, ou internos como o caso dos flashes que está mais relacionado a
enxaqueca, dores de cabeça ou problemas na retina.
As explosões de brilho, pelo menos em mim, aparecem do nada, não precisa de outros fatores para ocorrer e podem ocorrer em momentos de stress intenso, não sinto nada além de um brilho muito forte, que cobre parte da minha visão, nos dois olhos e de recuperação lenta, da última vez, levei em torno de duas horas para me recuperar e voltar a trabalhar. Um detalhe importante é que a mancha aumenta gradualmente no meu campo de visão e se eu não me acalmar completamente, o brilho volta novamente. Geralmente, o retorno do sintoma ocorre pois tenho crises de ansiedade, que causam falta de ar, tontura, sentimento de medo irreal de que vou perder a visão, transpiração, enjoo e outras diversas reações caraterísticas da ansiedade.
Como na palinopsia, ocorre com os olhos
abertos ou fechados, e agrava a fotofobia.
Gostaria
de frisar que são poucos os pacientes que têm esta reação, portanto, não há
motivos para presumirem que todos vão desenvolver. Honestamente, tenho
raríssimas vezes este sintoma. Das últimas ocasiões que tive, uma foi em 2012 e
outra em 2015, em ambas as situações, eu estava no trabalho e ocorreram logo após o
almoço. Em 2012, associei à pressão baixa, mas descobrindo e aprendendo sobre a
Neve Visual passei a desconsiderar esta possibilidade, e em 2015 minha pressão
estava normal, foi nesta ocasião que passei a observar mais a síndrome e
entender o que funcionava para contornar o sintoma. Pedi licença para meus
colegas, sai da minha mesa e fui para um local mais calmo, fechei
os olhos e esperei passar.
Sei que a imagem acima se assemelha
muito a enxaqueca com aura ou enxaqueca ocular, mas observando meus sintomas,
passei a perceber a diferença entre um sintoma e outro e hoje foco na causa. Sei que a cegueira temporária sem dor e nos dois olhos pode ser causada por
diversas doenças conhecidas pela medicina e muitas das quais foram descartadas
inclusive por causa da baixa incidência que ocorrem em mim, a única causa que
ainda não descartei foi a “compressão do nervo óptico ou do caminho
óptico” que é raro, e
exige a investigação do histórico de dores de cabeça e se existem quaisquer anomalias neurológicas que é o caso da
neve visual, mas ainda assim exige um exame mais aprofundado de um
médico que conheça a doença.
Autora: Grazie Souza